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PAAI SOARES DE TAVEIROS

( Portugal )

Paio Soares Taveiroos (ou Taveirós) foi um trovador da primeira metade do século XII, descendente da pequena nobreza galega. Há controvérsias sobre seu local de origem, especula-se que tenha nascido na antiga província portuguesa do Minho, ou então na província espanhola de Pontevedra, que compõe a atual região autônoma da Galiza.

Foi o autor da célebre Cantiga da garvaia, durante muito tempo considerada a primeira obra poética em língua galaico-portuguesa.
IÉ uma cantiga de amor plena de ironia, e por isso atualmente considerada por diversos autores como uma cantiga satírica. Mesmo perdendo o seu estatuto de mais antiga cantiga conhecida, em favor de uma outra do trovador João Soares de Pávia, continua no entanto a desafiar a imaginação dos críticos, ainda em desacordo quanto ao seu real sentido, e nomeadamente no que diz respeito à personagem a quem é dirigida: uma filha de D. Pai Moniz, por muito tempo identificada como D. Maria Pais Ribeiro, a célebre Ribeirinha, amante do rei português D. Sancho I. A constatação da existência, na época, de várias personalidades chamadas Pai Moniz, ou Paio Moniz, bem como a origem galega de Paio Soares, parecem, no entanto, contrariar esta hipótese, hoje muito discutível.

Fonte da biografia: Wikipedia 

 

VIEIRA, Yara Frateschi.   POESIA MEDIEVAL. LITERATURA PORTUGUESA.   São Paulo: Global, 1987.  208 p.  (Coleção literatura em perspectiva.  Série Portuguesa)        Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 [ 1]    Como morreu quem nunca bem
houve de rem que mais amou,
e quem viu quanto receou
d´ela, e foi morto por en:
ai, mia senhor, assim moir´eu!

Como morreu quem foi amar
quem lhe nunca quis bem fazer,
e de quem lhe fez Deus ver
de que foi morto com pesar:

                    ai, mia senhor, assim moir-eu!

Com´home que ensandeceu,
senhor, com gran pesar que viu,
e non foi ledo nem dormiu
depois, mia senhor, assi moir´eu!

Como morreu que amou tal
dona que lhe nunca fez bem,
e quem a viu levar a quem
a non valia, nem a val:
ai, mia senhor, assi morir´eu!

 

 

CA 35 (cbn) 122 *

* A primeira abreviatura refere-se à fonte de que se extraiu o texto;
a segunda é dada para um eventual cotejo.

 

*

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Página publicada em janeiro de 2023


 

 

 
 
 
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